Com um conhecimento teórico e prático sobre as instituições culturais e seu funcionamento, há vinte anos a Automatica se posiciona de forma colaborativa na cena artística contemporânea. A expansão das políticas da arte no Brasil ao longo dessas duas décadas contribuiu para as suas ações, ajudando a moldar um ambiente profissional propício para a experimentação e a expressão artística. Nesse cenário, a produtora consolida seu princípio ético com os artistas e trabalhadores da arte – afinal, sua razão de ser é atuar em prol deles, com espaços e recursos que fomentem a execução de suas ideias. A estabilidade e continuidade de parcerias são pilares fundamentais na atuação da Automatica, permitindo o estabelecimento de redes entre artistas, instituições e comunidade. Essa estrutura é essencial para garantir que os projetos tenham um impacto duradouro, promovendo uma arte que não se limita ao efêmero, mas que se integra ao cotidiano das pessoas.
Entre suas iniciativas, destaca-se a Coleção de livros físicos e virtuais Arte Bra, que busca celebrar a diversidade e a riqueza da produção artística nacional. Essa coleção não apenas enriquece o acervo cultural do país, como também se tornou um ponto de partida para a criação de uma editora, que visa publicar e divulgar obras que promovam a reflexão crítica sobre a arte contemporânea.
Outro ponto de destaque nos trabalhos da produtora são as duas residências que promoveu: BeloJardim e RASP. Ambas criaram um ambiente favorável para a produção coletiva, a troca de experiências e a construção permanente de práticas que visam incluir diferentes corpos e vozes na arte e na cultura. Essas residências demonstram a disposição da produtora em investir no desenvolvimento profissional dos artistas e na irradiação de uma arte que dialoga com os territórios em que atua.
Nesse escopo de atuação para além das exposições, desde 2011 a Automatica tem se consolidado com o projeto Bela Maré, um centro cultural e educativo do Observatório de Favelas, que propõe uma formação artística acessível e inclusiva para artistas de favelas e periferias em sintonia com a Escola Livre de Arte (ELÃ). Este projeto não só resulta em práticas artísticas inovadoras, como também cria um espaço para a educação e formação de novos públicos, contribuindo assim para o fortalecimento da cultura local.
Em tempos e cenários da arte voláteis, a Automatica, portanto, é mais do que apenas uma produtora. Sua missão é proporcionar em seus trabalhos um ambiente pulsante de reflexão, desenvolvimento e criação artística, comprometido com a construção de uma sociedade mais justa, diversa, inclusiva e culturalmente fortalecida através da arte.