Simone Michelin - Qualiá
14/09/2010 — 17/10/2010

Centro Cultural Oi Futuro, Rio de Janeiro, RJ


Qualiá, obra inédita da artista Simone Michelin, feita especialmente para essa exposição, comemora os 30 anos de trajetória da artista, reafirmando seu interesse em revelar a trama complexa de relações interdependentes, na investigação sobre a construção da realidade e no nosso papel, enquanto indivíduos e sociedade, nesse processo. O trabalho está dividido em dois espaços. No primeiro, uma estrutura de acrílico transparente abriga, em cima de uma esteira rolante feita em látex (borracha natural), três canhões de laser. A máquina funciona acionada por parâmetros que regulam a incidência do laser, que vai imprimindo marcas diferenciadas na superfície da esteira, que se movimentam. Os parâmetros escolhidos pela artista estão divididos em três categorias de estatísticas. A primeira dá conta do número de homicídios e autos de resistência (quando a polícia é obrigada a atirar mediante a reação do suspeito) na cidade do Rio de Janeiro nos últimos sete anos; a segunda, da quantidade de entorpecentes que circula na fronteira Brasil-Bolíva, bem como na cidade do Rio de Janeiro; e a terceira, da lavagem de dinheiro que dá suporte a atividades clandestinas ao mesmo tempo em que participa do movimento do sistema financeiro. Três mostradores digitais, colocados na parede próxima à máquina, conterão os microprocessadores que acionarão os canhões de laser e indicarão para o público quais dos três parâmetros estão sendo gravados na esteira, naquele momento. A esteira rodará lentamente, e, ao receber a luz do laser, ficará marcada, como uma pele. Na sala ao lado estava uma videoinstalação utilizando a tecnologia 3D (vídeo estereoscópico). Em um ambiente escuro, propício à imersão, foram projetados dois vídeos, em paredes opostas, com imagens de moléculas de substâncias entorpecentes, como o THC (encontrada na maconha), cocaína e ecstasy. As paredes laterais serão espelhadas, multiplicando as imagens projetadas, e causando um efeito hipnótico. O público receberá, à entrada, óculos especiais para a visão em 3D, e poderá se sentar em bolas de borracha, como as usadas em salas de Pilates, e que se assemelham às partes das moléculas exibidas nas paredes. As imagens das moléculas são geométricas e abstratas, provocando uma reflexão sobre sua beleza e o universo que envolve as drogas.
Ficha técnica
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