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Os projetos estão apresentados em ordem cronológica de forma sucinta.

2010

Festival Performance Arte Brasil
Coleção ARTE BRA CRÍTICA
Pinturas Recentes - Georg Baselitz
O Sonho de Darcy - Jum Nakao
Ituporanga - Caio Reisewitz
Fendas - José Bechara
Projetor - Tony Oursler
Performance Presente Futuro Vol. III
Revídeo - Lenora de Barros
Qualia - Simone Michelin
Hélio Oiticica, Museu É o Mundo
A soma dos dias - Carlito Carvalhosa
Coleção ARTE BRA
MENAS. o certo do errado. o errado do certo.
Cartazes Cubanos
Parece Verdade - Caio Reisewitz

2009

Glaziou e os jardins sinuosos
A imagem do Brasil no tempo da Segunda Guerra
A dimensão Gráfica - Carlos Vergara
Iole de Freitas
Linha de Sombra
O gabinete de curiosidades de Domenico Vandelli
Entre-Temps
Performance Presente Futuro II
Vianninha - Uma vida em ação
Casa de Espelhos - Lucia Koch
Luiz Carlos Barreto - Quadro a Quadro
Invisíveis - João Modé
Doida Disciplina - Gabriela Machado
Barra - Pascal Mougin
Athos Bulcão - Compositor de Espaços

2008

Vento Forte Oficina 50 anos
H2O
Container Art
Arquivo Geral 3ª edição
Paisagemnaturezamorta retrato
HÜZÜN
Performance Presente Futuro
Heteronímia Brasil
Pergunte ao
  Projeto Respiração

ARCO'08
Chelpa Ferro
  Totoro
  A Autópsia da Cigarra Gigante
  Acusma
  Jungle Jam
  Livro
  Jardim Elétrico

2007
Rossellini: TV Utopia
Blooks · Letras na Rede
Regina Silveira - Ficções
Cinema Panamericano
Atlas Americas
Coleção ARTE BRA
2006
Contemporâneo
Arquivo Geral 2ª edição
Sonia Lins
Nise da Silveira
Paulo Vivacqua
  Projeto Respiração

Chelpa Ferro
  Jungle Jam - Liverpool

2005
Espaço Urbano X Natureza Intrínseca
Chelpa Ferro
  15º Videobrasil

Chelpa Ferro
  Projeto Respiração
2004
Ernesto Neto
  Projeto Respiração

José Damasceno
  Projeto Respiração









A trajetória de um artista é construída por suas inúmeras escolhas. São decisões estéticas, conceituais, políticas, formais, que determinam uma produção artística coesa. No conjunto que forma uma obra, identificam-se símbolos e características específicas, que simultaneamente se alinhavam pela poética e se demonstram autônomos em sua singularidade.

Há momentos, porém, em que o acaso entra em ação cumprindo sua melhor função: a de oferecer algo de inesperado, não calculado. Na maravilha do imprevisto, o artista depara-se com novas possibilidades, e é assim convocado a desafiar seu próprio meio, tendo a chance de explorar territórios desconhecidos.

Foi dessa forma que se deu a concepção da instalação Ituporanga. Sem ideia preconcebida, em visita à área dedicada a exposições (onde se vê agora o filme-áudio), o artista depara-se com uma gigantesca parede de vidro fosco. Uma enorme abertura para a luz. Há outro vidro, por onde se caminha e se enxerga abaixo a piscina azul. Algo de vertiginoso nos atravessa.

Como poderia um artista que lida constantemente em suas fotografias com a noção de paisagem, com a percepção de escala, com a composição pictórica (extremamente cautelosa), ignorar tal arquitetura/oportunidade?

Não são essas as primeiras cachoeiras de Caio Reisewitz. Esse tema está presente em muitos de seus trabalhos anteriores; entretanto, suas belas cachoeiras impressas em papel fotográfico deram aqui lugar para outras duas: uma inventada pelo artista, vista em sua transparência, foi aplicada nos 78 pequenos quadrados que formam a monumental janela do SESC Belenzinho, produzindo um efeito back-light e expandindo a imagem para um campo escultórico; outra, em pequena escala, é vista em um filme com áudio em que a imagem parece parada, mas o movimento é constante. Sim, Ituporanga é um experimento de ocupação espacial utilizando mídias nunca antes navegadas pelo artista.

Em meio a essas decisões, a história do local foi se revelando através da pesquisa realizada pelo artista, acrescentando mais uma camada de sentido. Essa região foi, um dia, habitada por índios, a tribo dos Guaianases. Por ser uma área conhecida pela altitude no passado, possuía vários afluentes, nascentes e cachoeiras, que desembocavam no rio, hoje conhecido como Tamanduateí. Há ainda no bairro uma rua com nome Juatindiba (no local onde se encontrava essa cachoeira) e outra, com nome quase poético de Rua Cachoeira.

Um fato curioso. Na escolha do nome do trabalho, elemento integrante e determinante de um trabalho de arte, a escala estava em jogo. Ora, por que não dividir então a dimensão das imagens micro e macro e alcançar assim um número que as representasse?

Mais uma vez, a despretensão abriu espaço para a poética. O resultado foi exato: um para mil. Foi preciso três ou quatro recálculos para acreditar naquele número tão maravilhosamente exato. Uma instalação um para mil. Mas foi Mogli quem inspirou Reisewitz a inventar suas cachoeiras fictícias; um símbolo numérico seria demasiado cartesiano para descrever o universo do menino lobo.

Mesmo assim, ao contemplar as cachoeiras de Ituporanga, que significa, em tupi, bela cachoeira, uma literalmente desaguando na piscina, a outra na sua reclusão escura, algo nos apazigua os sentidos, remetendo a sensações sublimes como se estivéssemos, de fato, envoltos por esse repositório que o homem denominou Natureza.

Maria Montero









 


Título do projeto
Ituporanga


Artista
Caio Reisewitz


Visitação
05/12/10 a 08/03/11
Entrada gratuita

 

Local

SESC Belenzinho

Rua Padre Adelino, 1000

 

Realização

SESC

 

Curadoria

Maria Montero


Arquitetura
Rodrigo Fortes

 

Concepção do Projeto

Rejane Cintão

 

Coordenação de Produção

Luiza Mello


Produção
Mariana Schincariol Mello


Projeto Gráfico
Carla Zocchio


Produção e edição de vídeo
Manoel Hayne


Montagem e edição de áudio e trilha sonora
Thiago Nassif

 

Direção de documentário
Renata Ursaia

 

Assistente de direção

Carolina Guzella

 

Agradecimento

Luciana Brito Galeria

 

 



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